Pobres daqueles pra quem estou olhando
falam, gritam, levantam as sobrancelhas, passam a língua nos lábios
exalam cheiro, somem diante de tantos que transitam na calçada
voltam com outros cheiros, falam, levantam os cotovelos
Pobres daqueles que me olham
Pobres daqueles pra quem estou olhando
sinto o cheiro que me deixa com náuseas
olho acima da minha cabeça a procura de outro aroma
ela coloca a blusa na cadeira, ele torna a olhar de modo desconfiado, como todos os dias
busco uma posição mais cômoda pra continuar fazendo o mesmo
Pobres daqueles que me olham
Pobres daqueles pra quem estou olhando
o telefone toca de repente como um choro de criança no meio da madrugada
ouço agradecimentos ao final do diálogo
sabe exatamente como dizer o que quer, na hora que convém
Pobres daqueles que me olham
Pobres daqueles pra quem estou olhando
O cinza do paletó cobre o pálido corpo
ela coloca a blusa novamente, ele olha de modo desconfiado quando alguém entra
sabe brincar com suas feições e atitudes
Pobres daqueles mortos que me olham com a cabeça baixa e fazem a mesma pergunta:
''você tá bem?''
Pobres daqueles mortos pra quem estou olhando.
Querido irmão de caminhada infinitas, de geleiras e gelo.. que esfria e queima. Tudo em nós é muito simples... como a tia velhinha de 150 anos no jornal cujos caminhos são guiados pelo aperto que sente no peito... Se a atmosfera lhe compele uma espécia de angustia é a emoção dizendo, "hora de ir embora"... o mesmo para quando o peito se abre e a vida se completa... esse é o verdadeiro lugar de nascimento... sairemos dessa e caminharemos juntos caminheiro.! dom
ResponderEliminar